"A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar."

Dom Hélder Câmaraâmara

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Saudação ao novo bispo Almenara


logocnbbA Conferência Nacional dos Bispos do Brasil recebeu, com grata satisfação, na manhã desta quarta-feira, 19 de junho, a notícia de que Monsenhor José Carlos Brandão Cabral, atualmente pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Limeira (SP), foi nomeado bispo de Almenara (MG) pelo Papa Francisco.

Paulista da cidade de Queiroz, Monsenhor José Carlos tem 50 anos de idade e fez a primeira parte dos seus estudos institucionais para o sacerdócio junto aos Frades Capuchinhos. Foi ordenado padre, como membro do Clero de Limeira, em 12 de março de 1993. Desde essa época, ele tem se dedicado ao trabalho pastoral em várias paróquias, à formação do clero e no Tribunal Eclesiástico.
Saudamos Monsenhor José Carlos e desejamos que essa nova missão que a Igreja lhe confia seja plena de bênçãos. Enviamos o nosso abraço fraterno aos membros das comunidades da diocese de Almenara e deixamos também a nossa saudação, com gratidão, ao irmão emérito dom Hugo Maria Van Steekelenburg.
Lembramos um ensinamento de Bento XVI, por ocasião de uma audiência concedida a bispos recém-nomeados, em 13 de setembro de 2010, quando afirmou que o bispo “não é um mero governante, ou um burocrata, ou um simples moderador e organizador da vida diocesana. São a paternidade e a fraternidade em Cristo que dão ao Superior a capacidade de criar um clima de confiança, acolhida, afeto, mas também de franqueza e justiça".
Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Reforma agrária no ar é tema do III Módulo da Escola de Comunicação Popular do Semiárido Mineiro





Kelly Cristina de Aquino – Comunicadora da ASA Minas/CAA/NM - Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, Montes Claros/MG

Neste módulo, os participantes foram capacitados para o uso do rádio na comunicação popular, além de debaterem a temática “ Concentração de riquezas X reforma Agrária da terra e do ar”.

Realizado entre os dias 14 e 15 de junho, na cidade de Jequitinhonha, o III Módulo da Escola de Comunicadores Populares do Semiárido Mineiro reuniu trinta pessoas entre comunicadores populares e representantes dos Sindicatos dos trabalhadores Rurais articulados ao semiárido. O objetivo do evento é capacitar os comunicadores para atuarem na comunicação popular com melhor entendimento do uso das ferramentas da comunicação, em especial o rádio, a fim de dar voz aos povos do semiárido.

Durante os dois dias de capacitação os participantes refletiram  sobre a história do rádio, sua importância para a comunicação popular, resgataram o último módulo sobre fotografia e debateram sobre o tema “Concentração de riquezas X reforma Agrária da terra e do ar”. O módulo foi assessorado por Decanor Nunes dos Santos, da Cáritas Baixo Jequitinhonha, que compartilhou com os participantes sua experiência de luta pelo direito a comunicação e pela reforma agrária no ar.

“Identificamos o rádio como o veículo de comunicação de maior importância para o povo do semiárido, devido ter maior alcance. Além de proporcionar informação e formação de opinião, ele é um espaço de compartilhamento de experiências no Semiárido. O uso do rádio é para dar voz aos que não tem voz ”, explica Decanor Nunes dos Santos.

O módulo iniciou com uma reflexão sobre a Reforma Agrária feita pela representante do MST e moradora do assentamento “Terra prometida” Kelly Gomes Soares, sobrevivente do massacre de Felisburgo ocorrido em 20 de Outubro de 2004, no qual cinco agricultores foram brutalmente assassinados e aproximadamente 20 pessoas foram feridas gravemente. Kelly Soares falou detalhes do massacre, se emocionou várias vezes, e após promoveu o debate sobre reforma agrária e a importância da comunicação no rádio.

“Estar aqui é uma experiência que serve de material para trabalhar a comunicação no assentamento. Estamos em processo de divisão das terras entre as famílias por nossa conta. O rádio vai possibilitar reunir estas pessoas, saber comunicar no rádio vai ser importante para estimular os assentados a irem no julgamento de Adriano Chafik Luedy que já foi adiado por várias vezes. Continuamos com esperanças por justiça”, finaliza.

No segundo momento, os participantes criaram micro programa de rádio com temas referentes ao semiárido, como uma forma de exercitar o rádio como instrumento para a comunicação popular. “Achei legal, interessante, pois nunca havia tido aquela experiência de criar um micro programa em conjunto com outros”, analisa Wallecy Vieira de Oliveira, da cidade de Santo Antônio de Jacinto, MG.   

Rádio nos Assentamentos

A fim de conhecer uma experiência prática de reforma agrária no ar, os participantes do III Módulo da Escola de Comunicadores no Semiárido visitaram a rádio Camponesa Jerusalém, no assentamento Jerusalém, próximo à cidade de Rubim/MG, há 80 quilômetros de Jequitinhonha. O assentamento abriga cerca de 80 famílias e a rádio é uma forma de comunicar e interagir com os moradores que moram distantes uns dos outros.

 “A rádio possibilita um melhor alcance para anunciarmos os produtos do assentamento como as atividades coletivas, reuniões, vacinação entre outros. Além de ser um espaço aberto para a participação de todos. A rádio também é uma forma de interação entre as pessoas com a criação de programas e música, que são fundamentais para manter a harmonia entre as famílias. E também serve de companhia para o agricultor. Vejo o rádio como instrumento de união entre as famílias”, analisa um dos assentados que faz o programa na rádio, Edinaldo Pereira Silva.

Para a comunicadora popular da ASA/ Cáritas Araçuai, Giovana Jardim Prates, a experiência de visitar a rádio do assentamento foi gratificante. “Ver tudo de perto, sentir a energia boa desse povo que luta pelos seus direitos é arrepiante. A experiência de poder vivenciar isso de perto nós faz refletir da importância dos meios de comunicação como o rádio", esclarece.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Berilo sediará o V Seminário de Feiras Livres e Políticas Públicas no Vale do Jequitinhonha

O espaço mais tradicional de comercialização de produtos da agricultura familiar do Vale do Jequitinhonha e as estratégias para seu desenvolvimento serão os temas do V Seminário de Feiras livres e Políticas Públicas no Vale do Jequitinhonha, que acontecerá no dia 20 de junho de 2013 no município de Berilo (MG). O evento é uma realização do Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV) em parceria com o Núcleo de Pesquisa e Apoio à Agricultura Familiar Justino Obers (Núcleo PPJ), CeVI e Coldiretti da Itália e a Subsecretaria de Agricultura Familiar de Minas Gerais.
O seminário objetiva ampliar o debate e a construção de politicas viáveis ao fortalecimento das feiras livres e da agricultura familiar no âmbito local e regional, assim como promover a atuação conjunta sociedade civil e poder público.

O evento terá a participação da sociedade civil organizada, representantes de prefeituras municipais, câmaras de vereadores, organismos de governo a nível regional e estadual, universidades federais, além de agricultores (as) feirantes de toda região.

Além de uma mesa de debate com o tema: “Feiras livres e políticas públicas no Vale do Jequitinhonha: avanços e desafios” o momento contará com representantes de organismos competentes para a realização de oficinas sobre acesso e gestão da água, produção orgânica, assistência técnica e extensão rural, sementes crioulas, legislação sanitária para produtos de origem animal, fundos solidários e programas governamentais de aquisição de alimentos como PAA e PNAE.

Durante o evento será feito o lançamento público do projeto: Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável: Água, Produção e Geração de Renda no Alto Jequitinhonha”, o qual é desenvolvido pelo mesmo grupo de parceiros e co-financiado pela União Europeia. Também será o momento oficial de lançamento do livro “Lavradores, Águas e Lavouras” – Estudos sobre gestão camponesa de recursos hídricos no Alto Jequitinhonha, organizado pela antropóloga Flávia Galizoni (Núcleo PPJ/UFMG).

Este evento é uma ação do Programa de Apoio às Feiras Livres desenvolvido pelo CAV e os muitos parceiros, que há cerca de 10 anos busca o fortalecimento destes espaços de comercialização e da agricultura familiar da região. Implementado nos municípios de Turmalina, Veredinha e Chapada do Norte, em 2013 o programa se expande para Minas Novas e Berilo.

O seminário acontecerá de 08 às 16h, no Ginásio Poliesportivo de Berilo, localizado à rua Delfim Ramalho de Souza, s/n, bairro Dom Silvestre. A participação deve ser confirmada até o dia 14 de junho pelo telefone (38) 3527 1401 ou pelo e-mail cavi@uai.com.br. Para outras informações acesse www.cavjqui.org


Fabiana Eugênio
Setor de comunicação
Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica - CAV
 (38) 3527 1401

 (38) 9107 1491

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Marcha indígena, quilombola e camponesa começou hoje e se dirige para Campo Grande/MS

Do site da Cáritas Nacional
 
JORNADAS UNITÁRIAS DE LUTA EM MS: pela demarcação das terras indígenas e quilombolas, reforma agrária, contra o capital e pela soberania popular. Organizada pelos movimentos sociais populares de Mato Grosso do Sul, a marcha desde Anhanduí, 60 km de Campo Grande, se iniciou hoje de manhã, 3 de junho, com aproximadamente 1000 pessoas.


http://caritas.org.br/novo/wp-content/uploads/2013/06/400_marcha_povos_ms.jpgA mesma se realiza num momento histórico e estratégico da luta dos Povos da Terra no MS, em que os indígenas e em especial o Povo Terena decidiram dizer basta às mentiras do Estado e Governo brasileiros, e à violência incentivada com o silencio conivente do Governo do Estado, inimigo declarado dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul. E, num momento em que os nativos somam mais um mártir na luta pela terra e território no Estado, com a morte do índio terena Oziel Gabriel, durante uma reintegração de posse na Terra Indígena Buriti, a semana passada.

A marcha dos Povos da Terra, junto com os estudantes, militantes de sindicatos, entidades e organismos de defesa dos direitos humanos, é para reivindicar a demarcação das terras indígenas, titulação e demarcação dos territórios quilombolas e exigir a reforma agrária que esta totalmente parada no Estado.

Além disso, a marcha tem um caráter político de grande importância por conta que os movimentos sociais no Estado têm avançado num processo unitário importante, valorizando a unidade entre indígenas, camponeses e quilombolas, diretamente enfrentados ao agronegócio e latifúndio, à violência e a desterritorialização provocada pelo agro capital, sendo as principais vítimas os legítimos donos das terras nesta parte do país.  O poder econômico e político, as transnacionais, o Governo Federal e Estadual, segundo os organizadores das Jornadas de Luta, têm usado como o argumento um império ideológico inserido em frases como: “os indígenas têm que se integrarem à economia nacional”, falácias como “o desenvolvimento não pode parar”; “reforma agrária já foi feita, agora precisa melhorar os assentamentos”, etc. Assim esse mesmo império, com os mesmos argumentos, defende o indefensável: uma “economia urbanoide” para esvaziar os campos e as terras e deixá-los nas mãos de investidores e invasores estrangeiros, das transnacionais da monocultura, dos agrotóxicos, e das financeiras agropecuárias. E pior de tudo isso é que esses pacotes devem avançar a qualquer custo, ainda se custar à própria vida, cultura e os modos peculiares de vida dos indígenas, camponeses e quilombolas, fundamentalmente. O Tribunal Popular da Terra, um dos organizadores da marcha tem sido um dos espaços mais importantes nos dois últimos anos desse processo de articulação, diálogo e unidade dos Povos da Terra no Estado.

A marcha que se iniciou hoje vai durar quatro dias, sendo que o objetivo, além de dar visibilidade à problemática fundiária no Estado, dará lugar para momentos de estudos e formação política dos participantes da marcha, que vem pela BR 163. Os movimentos sociais do campo entendem que a construção da unidade não é uma mera retórica de discursos e sim um processo que tem que ser construído e demonstrado sobre tudo na pratica se for verdadeira.

Fonte: CTP