"A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar."

Dom Hélder Câmaraâmara

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Plano Nacional de Agroecologia é debatido no III Congresso Nacional da Juventude Camponesa.

Produzir alimentos saudáveis sem envenenar as pessoas e o meio ambiente é um desafio presente na agricultura atual. Para pensar esta questão, participantes do III Congresso Nacional da Juventude Camponesa participaram da Mesa Temática do Plana Nacional de Agroecologia, que foi assessorada por Alexandre Pires, do Instituto Sabiá e por Cássio Trovatto, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Cássio Trovatto comentou a importância do Brasil ter um Plano de apoio para estimular o desenvolvimento da agroecologia. Alexandre Henrique Bezerra Pires, explanou que o plano diz respeito a um conjunto de ações e metas de 12 ministérios do governo federal que comtemplam medidas no campo, a exemplo da segurança alimentar, acesso aos mercados e outros elementos com foco na agroecologia. 
A partir dessa mesa temática, o jovem camponês de Santa Catarina Maicon Perdesseti, que auxiliou na coordenação da mesa, garantiu que é possível entender melhor o plano. “Este plano vem com a proposta de contribuir na produção agroecológica no Brasil. Mas podemos notar que falta ainda um processo de comercialização adequada para os produtos já que só o PA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) não dão conta de suprir a necessidade de comercialização”, enfatizou.
Perdesseti ressalta que é necessária a efetivação de uma política pública capaz de oferecer oportunidades de comercialização para que a classe trabalhadora da cidade também tenha acesso a esses produtos. “É preciso entender que a agroecologia é muito mais que produzir e comercializar, ela é uma forma de vida com interação entre a natureza e o ser humano”, enfatiza.

Foto: Fabiano(PJR - MG)
Fonte: http://www.pjr.org.br/2013/index.php/pjr/395-plano-nacional-de-agroecologia-e-debatido-no-iii-congresso-nacional-da-juventude-camponesa

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

DIÁLOGOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES: DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO É REALIZADO NAS COMUNIDADES DO TERRA PROMETIDA E PARAGUAI

Por Geovane Rocha - Comunicador Popular da Cáritas Diocesana de Almenara, Jequitinhonha/MG


Comunidade Terra Prometida / Foto: Geovane Rocha
“Nós ficamos felizes por ter vocês da Cáritas aqui para nos ajudar a construir esta comunidade no qual nós acreditamos que será o assentamento modelo de Felisburgo e do Vale do Jequitinhonha”. Assim José Alves Pereira, morador a 7 anos do assentamento Terra Prometida, avaliou o encontro de diagnóstico e análise que a Cáritas realizou na comunidade, reunião que é parte do projeto Mutirões da Terra que tem o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras de Desenvolvimento e Cidadania. Este encontro que teve por objetivo entender a realidade local através das ferramentas do DRP, Diagnóstico Rápido Participativo, foi realizado nos dias 17 e 18 de dezembro nas comunidades Paraguai e Terra Prometida, respectivamente, em Felisburgo/MG. Utilizando uma metodologia que permite a participação de toda comunidade através das técnicas que são propostas pelo DRP, a população presente conseguiu resgatar a memória comunitária e os principais desafios e potencialidades que fazem parte do seu dia-a-dia, trazendo então à tona elementos importantes para o planejamento das atividades para o próximo ano.

Comunidade Paraguai / Foto: Geovane Rocha
O Diagnóstico contou com a participação de 120 pessoas ao total nas comunidades, sendo 58 no Paraguai e 62 no Terra Prometida, onde os/as participantes puderam resgatar os principais acontecimentos da história da comunidade. Este levantamento de informações se deu a partir da construção da “Linha do Tempo”, metodologia que permite que os/as presentes relatem os principais fatos da comunidade. Para os problemas atuais mais latentes, as pessoas foram divididas em “Grupos de Discussão” separados em 3 subgrupos, um grupo com jovens abaixo de 30 anos e os outros 02 com os homens e mulheres do encontro. Também houve um momento para se debruçar nos problemas visualizados, através da “Árvore de Problemas”, onde se visualizou as causas dos problemas e as consequências que os mesmo causam. Nagila Matos Cunha, jovem moradora do Paraguai, afirma “o encontro deu muita oportunidade para nós jovens falarmos, e também para as mulheres e para os homens". Ela ainda conta que "isso é bom porque muitas vezes algumas pessoas não nos dão oportunidade para gente falar o que a gente pensa para melhorar a nossa comunidade e as outras também, porque o problema da nossa comunidade pode ser o problema da de várias. Foi uma oportunidade boa, eu gostei e espero que possa ter mais vezes".


Momento da "ciranda", comunidade Paraguai / Foto: Geovane Rocha
Uma estratégia que propiciou uma melhor participação das pessoas no DRP, principalmente das mulheres, foi o fato de ter ocorrido uma “Ciranda” para as crianças pequenas durante o encontro. Esta Ciranda conseguiu dar liberdade as mães e pais participarem tranquilamente do encontro enquanto seus filhos e filhas brincavam em um local diferente da reunião, sempre sobre o cuidado de pessoas que revezavam entre si para os cuidados com os/as pequenos/as. O preparo da comida também não foi preocupação para a comunidade enquanto ocorria o Diagnóstico. Como ocorre normalmente, as mulheres que cuidam da alimentação dos/as participantes e assim deixam de contribuir em espaços coletivos, como o DRP. Neste encontro o preparo da comida contou com a interação de cozinheiras das comunidades, dando liberdade então para as mulheres da localidade participarem da reunião.

Por fim deste encontro de diagnóstico, análise, conhecimentos e debates, Márcio Marques, morador do Paraguai e atual vereador da cidade de Felisburgo, avalia o espaço “parabenizando esta nova equipe da Cáritas, pois mesmo a organização estando muito tempo trabalhando aqui na comunidade, esta equipe também deixa a gente falar o que pensa. Nos deixam a vontade, todos puderam falar sem ser interrompido e não foram criticados ao colocarem suas opiniões. Parabéns a Cáritas pela atitude e pelo trabalho”.
Crianças brincando na "ciranda", comunidade Terra Prometida / Foto: Geovane Rocha