Dia
20 de Novembro é comemorado no Brasil o
Dia da Consciência Negra, sendo em muitas cidades feriado municipal. Nessa
mesma data, no ano de 1695 morreu Zumbi dos Palmares líder maior do quilombo de
Palmares, a primeira e maior comunidade quilombola que se tem notícia na
história do país. Quase 50.000 negros,
índios e até alguns brancos resistiram por mais de100 anos às investidas dos
exércitos português e holandês e viveram em harmonia com a natureza e com sua
cultura ancestral. Zumbi dos Palmares, Dandara
sua companheira e líder guerreira, bem como o quilombo, desde então tornaram-se
entre os negros no brasil, símbolos de força e resistência pela manutenção e
fortalecimento de suas raízes africanas. Uma data simbólica e importante para
as pessoas que lutam por uma realidade mais justa para a população negra no
Brasil.
É momento de refletirmos
sobre nossa origem africana. Os hábitos, costumes, a cosmovisão, a filosofia, a
culinária, a música, a religiosidade, são alguns elementos que, apesar de toda
a campanha milenar pela negativização africana, está na pele, nos cabelos, nos
olhos e no modo de ser do/a brasileiro/a.
A hora é de luta. Segundo o
IBGE 2012, 51% da população brasileira é negra. Exigimos respeito com nossa
origem, com aqueles que construíram o Brasil. Não podemos ficar em palavras,
não é apenas no dia de hoje que devemos lembrar de Zumbi, mas a cada dia, a cada
fala de caráter racista que pronunciamos sem pensar. Ao lembrar que os
ancestrais fugidos da escravização deixaram um solo sagrado para seus filhos e
que estes hoje têm que travar outra batalha pelo seus direitos à terra. Ao ver
uma manifestação da religiosidade africana e chamar pejorativamente de
“macumba”. Ao falar que alguém tem cabelo “ruim” ou “ pixaim” pelo fato dele ser crespo. Ao pensar que o
papel da mulher negra é o da empregada. Ao entrar num restaurante e ver que os
consumidores são todos brancos e os garçons negros e achar isso normal. Ao se
constranger quando falar sobre a cor de uma pessoa. “Moreninho”, “escurinha”
... não somos. Somos negros, negras, pretos e pretas. Não é ruim, é o que somos
de fato.
A Cáritas do Baixo
Jequitinhonha está nessa luta, enfileirada com os Zumbis e as Dandaras, os
Bantus e Nagôs que construíram e contribuem para a construção de um país menos
europeizado e mais africano.
Zumbi
e Dandara vivem!!!