As Pastorais Sociais de Minas Gerais e do Espírito
Santo se mobilizam para debater uma nova sociedade a partir da 5ª Semana Social
Brasileira (SSB), “Estado para quê e para quem?”. Entre os dias 24 a 26 de maio
em Belo Horizonte, os/as militantes sociais de aproximadamente 20 pastorais,
organismos e movimentos da Igreja se encontraram no Seminário sobre a SSB,
contando a participação de aproximadamente 70 pessoas. Propondo, ouvindo e
frutificando este tema, as organizações sociais procuram promover a
participação ampla de pessoas e entidades sobre a temática.
Neste Seminário os/as participantes puderam
aprofundar a temática da SSB, onde o exercício do debate democrático, o ensaio
coletivo de iniciativas transformadoras e a reivindicação de um estado
brasileiro que de fato sirva ao bem comum foram pautas trazidas pela ótica das
Pastorais e Organismos ligados a Igreja e outros Movimentos Sociais presentes.
Laísa Silva, da Pastoral da Juventude de Belo
Horizonte, afirma que a SSB é importante por articular as várias pastorais
sociais e por conseguir trazer a construção de
um projeto de sociedade comum. Esse tema que está sendo tratado nessa 5ª SSB é
uma proposta de construção que já vem de forma transversal desde a primeira
semana, segundo Sônia Gomes da Diocese de Montes Claros. Ela também nos diz que
este tema “traz a reflexão de como podemos dar
uma contribuição para o estado com um modelo novo e que tenha a participação
ativa da sociedade, onde tenhamos os direitos garantidos e que precisam ser
efetivados a partir do aporte da população brasileira”.
Samuel Silva, da Cáritas Brasileira Regional, diz
que a temática trazida nesta Semana Social é de importância latente para o
país, pois “historicamente o estado brasileiro sempre esteve a serviço de
uma minoria e é um estado que olha sempre para fora e organiza nosso país a
partir desse olhar, mesmo desempenhando na esfera mundial um papel menor e de
subordinação nas relações internacionais. Então este debate serve para fazer
uma avaliação desse estado que temos e a partir dessa avaliação a gente pensar
num estado que nós queremos. Fica o desafio para fazermos o esforço das
discussões permearem toda sociedade, pois ela não pode ficar circunscrita num
círculo de pastorais sociais da igreja e dos movimentos sociais, temos que
massificar essa discussão porque o estado tem essa conformação atual justamente
por manter uma maioria da população desinformada, desarticulada, desorganizada
e oprimida”, afirma Samuel Silva.
O Seminário, que foi o segundo realizado pela
Regional Leste II da CNBB, discutiu temas como Diálogo Igreja e Sociedade,
Reforma do Estado, A Pastoral Social Hoje, Dilemas da Participação da Sociedade
na Democratização do Estado, os Desafios da Evangelização e da Ação Social e
uma mesa com as pautas da Luta Contra a Corrupção, Contra o Extermínio da
Juventude, Plebiscito Popular sobre a Tarifa da Energia Elétrica, Campanha
Permanente Contra o Uso de Agrotóxicos e pela Vida, Lutas Indígenas e o Jornal
Brasil de Fato.
Estes debates tiveram a contribuição do Pe. Manoel
Godoy e Pe. Henrique de Moura, Lílian Daniela, Robson Sávio, Frederico Santana
e representantes do jornal Brasil de Fato, Movimento Quem Luta Educa, Pastoral
da Juventude, Comitê Estadual da Campanha contra os Agrotóxicos e CIMI.
Geovane Rocha – Comunicador
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