"A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar."

Dom Hélder Câmaraâmara

terça-feira, 22 de julho de 2014

CÁRITAS REALIZA SEMINÁRIO INTERNO DE GESTÃO.

Por Geovane Rocha - Comunicador Popular da Cáritas Diocesana de Almenara, Jequitinhonha/MG





Sentar e refletir sobre nossas ações é um momento muito importante, e fazer isso propondo novas metodologias de ações se torna uma necessidade constante. Pensando nisso, 37 pessoas ligadas a diretoria e os agentes da Cáritas Diocesana de Almenara realizaram nos dias 18 e 19 de julho no Assentamento Campo Novo o Seminário Interno de Gestão, onde tivemos a oportunidade de repensar nossas ações, construir um Regimento Interno e eleger e reformular uma nova Colegiada.

Para este momento tivemos a contribuição de dois agentes da Cáritas Regional Minas Gerais, Paulo Henrique Lopes que é do setor financeiro e Rodrigo Pires Vieira do Secretariado Regional da Cáritas Minas Gerais. Conversando sobre alguns modelos de gestão a serem adotados, Paulo trouxe o debate voltado ao setor administrativo e financeiro, enquanto Rodrigo abordou sobre a Rede Cáritas Minas Gerais e a construção do Regimento Interno. Juan Franthesco, recém contratado na Cáritas, fala um pouco da percepção que teve do encontro, "a meu ver esta foi uma das experiências mais construtivas das quais já tive a oportunidade de participar. Digo isto não só pela relevância do que foi discutido e construído nos espaços do encontro, mas principalmente pela forma como foi conduzido e encarado pelos participantes, pela participação efetiva dos presentes nas discussões, pela energia positiva instaurada no ambiente, deixando ainda mais claro para mim a verdadeira essência do que é ser Cáritas".


Após aprovação do Regimento Interno a assembleia elegeu uma nova Colegiada, que terá duração de 02 anos, seguindo o tempo de duração da Diretoria da Cáritas. Estão compondo a Colegiada Jorge Rodrigues Pereira, o atual presidente da organização, Anita de Cássia, Decanor Nunes e Vladimir Dayer Lopes, todos agentes. Lídia Rodrigues dos Santos, que eleita para o Conselho Fiscal da Cáritas, achou este espaço importante, porque “é a primeira vez que participo de alguma coisa da Cáritas depois que entrei, e acho muito importante, é muito informativo e a gente aprende muito”.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

O BAIXO JEQUITINHONHA SE ORGANIZA PELO "PLEBISCITO POPULAR POR UMA CONSTITUINTE"

Por Geovane Rocha - Comunicador Popular da Cáritas Diocesana de Almenara, Jequitinhonha/MG


“O povo quer tá no poder, o povo quer participar, por isso vamos construir o Plebiscito Popular”. E assim o povo organizado do Baixo Jequitinhonha cantou e debateu no Seminário Regional do Plebiscito Popular por uma Constituinte Soberana e Exclusiva do Sistema Político, realizado no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Almenara no dia 11 de julho. Com palestras, debates e rodas de conversa, que perpassaram pela análise da realidade, uma discussão sobre o Plebiscito, de onde surgiu e sua importância para a sociedade, foram formados Comitês das cidades que estavam presentes e o Comitê Regional do Baixo Jequitinhonha.
Com a presença de 50 pessoas representando as organizações populares, estavam presentes a Cáritas Diocesana, Pastoral da Criança, Congregação das Filhas de Jesus de Felisburgo, MST (Assentamento Terra Prometida de Felisburgo), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Almenara, SindUTE de Itinga, e Associações Comunitárias da Mumbuca de Jequitinhonha, Paraguai de Felisburgo, Jardineira de Joaíma e Marobá e Santa Helena de Almenara, além da Secretaria Operativa Estadual do Plebiscito em Minas Gerais.

Com muita animação e sentimento de união, as pessoas reunidas saíram deste Seminário com a vontade de mudar o atual sistema político brasileiro e se organizar, cada vez mais. 


quinta-feira, 3 de julho de 2014

A poesia "Sementes do Vale", terceira colocada no Concurso de Poesia Escrita e Falada do Vale do Jequitinhonha

Com a poesia titulada sementes do vale, Vladimir Dayer L. B. Moreira da equipe caritas foi premiado com o 3° lugar  na °31 FESTIVALE que estar sendo realizado no município de Araçuaí/MG.
A poesia traz o sentimento da semente plantada em nossos corações e no dia a dia do povo do vale do Jequitinhonha, a semente dos nossos costumes,  da religiosidade, das danças, das musicas enfim a sementes da cultura do vale que é tão bela e forte.

Sementes do Vale
(Vladimir Dayer L. B. Moreira)
 


 
                                                                         Semente que veio voando
Seguindo os meandros
De alguma canção
Em seu berço de ternura
Colhendo cultura
Em cada oração.

II
O vento soprava suas asas
Que foram moldadas
Por mil artesãs.
No firmamento era estrela
Do sol a centelha
                                                                                    Em cada manhã.

III
Querendo nascer algum dia
Encher de folia
Coração vazio,
Veio pousar nessa terra
Ornada de serra
Regada de rio.

IV
Raízes assim foi deixando
Acariciando
As dores do chão.
Ali fez do tempo seu lar
Deixando-o moldar
Sua brotação.

V
Dos galhos nasceram gangorras
Crianças pastoras
Do Boi de Janeiro.
Passarinhos de visita
Trançaram a fita
Ao som de um pandeiro.

VI
Do tronco soaram tambores
Mastros piladores
Batuque de mó.
Carrancas foram esculpidas
Com as linhas da vida
De mãos Pataxó.

VII
As folhas traçavam nervuras
Poemas, costuras
De tantos retalhos.
Cantigas de velhas histórias
Trazendo memórias
Molhadas de orvalho.

VIII
E frutos nasceram das flores
Palhaços, atores
De um beira-mar novo.
Sementes ao céu se lançaram
Assim propagaram
Os cantos do povo.

IX

A força de cada momento
Como um catavento
Ciranda a girar,
Ao som de corais e violas
Eram tantas horas
Pra noite passar.

X
Foi quando um mestre errante
De olhos amantes
De cautos detalhes,
Contendo o choro na garganta
Falou “Essa planta
Chama FESTIVALE!”.
 
 

domingo, 29 de junho de 2014

Cidona Vive! Exemplo de Resistência, Carinho e Humildade.



Por Geovane Rocha - Comunicador Popular da Cáritas Diocesana de Almenara, Jequitinhonha/MG



Foto: Sara Aguilar
“Eu sou desse jeito, alegre, extrovertida e ágil, e não deixo pra fazer amanhã o que pode ser feito hoje”. Assim foi Cidona, segundo ela mesma. Mulher guerreira, humilde, lutadora, carinhosa, forte e sensível, que dedicou seus 49 anos de vida para que cada família tivesse alimento de qualidade em sua mesa, nem que para isso ela tivesse que abrir mão de seus afazeres. E isso aconteceu diversas vezes. Uma agricultora do Assentamento Franco Duarte em Jequitinhonha/MG e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e da Cáritas Diocesana de Almenara, que dizia que queria “viver com as famílias e aqui no Franco Duarte até os próximos 100 anos, continuo me organizando porque acredito no povo, acredito na luta do povo. ” Acreditou na mística militante, na alegria popular, na luta e coragem da classe trabalhadora e na força da mulher. Não só acreditou, como se dedicou a esta causa e nos ensinou a beleza da luta pela liberdade. Seus ensinamentos estão conosco, e sempre nos inspirará.
 
Foto: Helen Borborema
É difícil descrever quem foi Cidona, não é fácil achar palavras para contar a emoção de ouvir ela recitar um poema, do arrepio ao vê-la puxando uma palavra de ordem, da ternura de seu abraço, do ecoar do seu cantar, da beleza de seu sorriso e da força de seu olhar. E esta baiana mais amineirada que possa existir se despediu de todos nós da maneira que mais gostava, ajudando e festejando. No momento de sua partida ela estava contribuindo na organização de uma festa, cozinhando, cantando, rebolando e enfeitando o ambiente com bandeirolas e muita alegria. E podia deixar de dançar? Ela mesma comentou naquele dia que “no dia que eu morrer ninguém pode falar que foi por causa de bebida ou cigarro, mas que será de tanto dançar”. Na noite durante o forró, suada de tanto rir e foliar, num momento breve ela partiu, sem sofrimento e agonia, deixando por fim essa bela e árdua caminhada para finalmente poder descansar.

Foto: Decanor Nunes
E ter que despedir dela não foi uma tarefa muito fácil. Mas como tudo que Cidona está envolvida se torna místico, seu cortejo e enterro foram também um momento digno para esta mulher. Ver a multidão presente com um sentimento de saudades pelo momento, mas sem revoltas, cantando as músicas que ela tanto cantou, as profundas e belas orações e os fortes gritos de liberdade, isso tudo com os fogos que pareciam ser soltos para celebrar a alegria dela, além de um pôr-do-sol que foi um presente dos céus, mostrou que a energia de Cidona contagiava o ambiente e cada pessoa presente. Esta “cheirosa”, como ela chamava as pessoas próximas, vai demorar a ser esquecida viu, e isso se ela for um dia (o que duvidamos muito).

Obrigado por tudo Cidona! A semente de união, esperança, força e alegria nunca deixará de estar com cada pessoa teve a bela oportunidade de estar contigo. O povo brasileiro agradece cada entrega e cada riso seu. Gratidão eterna querida companheira, fique em paz!

Foto: Fábio de Almeida



quinta-feira, 12 de junho de 2014

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DO VALE DO JEQUITINHONHA SE REÚNEM NO FÓRUM DO VALE E REAFIRMAM SEU COMPROMETIMENTO COM O PROJETO POPULAR

Por Geovane Rocha - Comunicador Popular da Cáritas Diocesana de Almenara, Jequitinhonha/MG

Com a proposta de unir as organizações sociais do Vale do Jequitinhonha e pensar alternativas populares que afetam a região, Movimentos Sociais, Associações, Entidades de Ensino e Organizações Não Governamentais, Pastorais Sociais e Sindicatos de Trabalhadores Rurais se reuniram para discutir a realidade do Vale do Jequitinhonha, se formarem e afinamento de ações as entidades da região e fortalecimento político da região. Este encontro, mais conhecido como Fórum do Vale, aconteceu nos dias 10 e 11 de junho na cidade de Joaíma, Minas Gerais.

Dentre as pautas discutidas no Fórum, destaca-se o debate sobre a luta contra o Mineroduto que está acontecendo no Médio Vale Jequitinhonha, o Comitê Regional de Combate ao Uso de Agrotóxico e pela Vida, a Ocupação dos/as Estudantes na UFVJM no campi de Diamantina, o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político e o repasse por região do andamento dos programas de Convivência com o Semiárido, desenvolvidos pelas organizações ligadas a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).

Foto: Diego Alvez

Um ponto a se destacar nesta reunião foi o comprometimento e envolvimento das organizações com o Plebiscito Popular. Após uma tarde de debates sobre a importância de um referendo Soberano e Exclusivo como alternativa a política brasileira, foi organizado um comitê do Vale do Jequitinhonha para organizar o plebiscito. Com uma representação no Baixo e Médio Jequitinhonha, com uma perspectiva de organização no Alto Vale, as organizações conseguiram traçar datas e estratégias para envolver toda população neste importante debate.


Adotando um modelo itinerante, perpassando pelo Médio, Baixo e Alto, a próxima reunião do Fórum do Vale será realizado em Turmalina no mês de setembro.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Seminário Regional denuncia o Uso de Agrotóxicos e anuncia a Agroecologia como solução



 Por Erikson Jardim - Cáritas Diocesana Baixo Jequitinhonha
Realizado no dia 05 de junho (quinta-feira), na cidade de Araçuaí, o Seminário “Contra os Agrotóxicos e Pela Vida: Construindo Alternativas Agroecológicas no Vale do Jequitinhonha”. Organizado pelo Comitê Regional do Vale do Jequitinhonha da Campanha Permanente Contra o Uso de Agrotóxicos e Pela Vida, o seminário teve como objetivo denunciar o uso intensivo de veneno, as monoculturas e o avanço do agronegócio na região, apresentando e construindo alternativas agroecológicas no Vale do Jequitinhonha e reuniu cerca de 150 participantes dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
O Brasil é hexacampeão mundial no consumo dos agrotóxicos, sendo o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo. Se pegarmos a quantidade de agrotóxicos que é comercializada e dividirmos pela população brasileira, temos que cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano.
Segundo Eliane Novato Silva, Profª Departamento de Bioquímica e Imunologia ICB/UFMG e Coordenadora do Grupo de Estudo Saúde e Trabalho Rural (GESTRA), “a monocultura da soja é a que mais utiliza agrotóxicos, contrariando o mito de que os transgênicos diminuiriam o uso de agrotóxicos, são 350.000 (trezentos e cinquenta mil) litros de agrotóxicos por ano, no milho são utilizados 100.000 (cem mil) litros de agrotóxicos por ano”.
Ainda segundo a Professora “a utilização/aplicação de agrotóxicos e o consumo de alimentos contaminados com venenos prejudicam a saúde da população e o meio ambiente. Os agrotóxicos (organoclorados) tem influência direta no sistema hormonal, causando a puberdade precoce, tem-se observado também uma maior incidência de câncer na zona rural, indicando que a utilização dos agrotóxicos continua”. E finalizou “agrotóxicos não é remédio é veneno”.
O Seu Adão, agricultor, morador do Assentamento Campo Novo em Jequitinhonha, compartilhou sua experiência de transição agroecológica, relatando a importância dos agricultores e agricultoras sempre aprender mais, participando de cursos e intercâmbios e deu uma dica importante! “A casca de ovo seca e moída é um adubo muito rico quando coloca junto com o esterco, as plantas ficam muito mais bonitas e vistosas”, essa experiência fez sucesso entre os presentes.
Maria Eliza Cota, membro do Comitê Regional Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, salienta a importância do Seminário para “aumentar a visibilidade do tema aqui na região, bem como aumentar a aproximação de entidades, agricultores e consumidores na organização da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, somando forças com o Comitê Regional e ampliando o alcance das nossas ações”.
Na parte da tarde, os participantes do Seminário realizaram uma linda passeata pelas ruas de Araçuaí, promovendo o diálogo com a população local e denunciando as práticas agrícolas utilizadas pelo Agronegócio, que envenena nossas águas, degrada nossas terras, promove a monocultura, o trabalho escravo e o deserto verde. Realizando o anúncio das práticas agroecológicas que respeitam a natureza, plantas, animais e o bem viver do ser humano incluindo sua saúde.