"A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar."

Dom Hélder Câmaraâmara

quinta-feira, 7 de março de 2013

Diretor da Fundação Banco do Brasil elogia parceria com a ASA e aponta novas perspectivas


Gleiceani Nogueira - Asacom
06/03/2013
 
Diretor da FBB, Éder Melo, elogiou o modelo de gestão e monitoramento do projeto | Foto: Gleiceani Nogueira
A parceria entre a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e a Fundação Banco do Brasil (FBB), visando a construção de 60 mil cisternas de placa no Semiárido, vem ganhando grande repercussão dentro da própria Fundação e também junto ao governo federal, não apenas pela agilidade das construções, mas pela eficiência e qualidade da ação. A iniciativa faz parte do Programa Água para Todos, do Plano Brasil Sem Miséria, que tem o objetivo de promover o acesso à água potável para consumo humano e produção agrícola e alimentar.

Até o mês de fevereiro foram construídas mais de 38 mil cisternas, totalizando 190 mil pessoas com acesso à água de qualidade para consumo humano. Além disso, foram realizadas cerca de 1.500 capacitações em Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH), envolvendo mais de 47 mil pessoas.

Em evento realizado nesta terça-feira (5), no Recife-PE, as entidades que executam o projeto assumiram o compromisso de finalizar as construções até o mês de junho. Além dos representantes das organizações, o evento contou com a participação do coordenador da ASA pelo estado da Bahia, Naidison Baptista, do diretor de Desenvolvimento Social da FBB, Éder Melo, do gerente da área de Geração de Trabalho e Renda da FBB, Júlio Caetano, e equipe técnica do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC).

Em entrevista concedida à jornalista da Assessoria de Comunicação da ASA (ASAcom), Gleiceani Nogueira, Éder Melo fez um balanço da parceria e apontou os principais aprendizados. Ele também apontou uma perspectiva de continuidade e ampliação da parceria e elogiou o modelo de gestão e monitoramento do projeto. Confira a entrevista!

Asacom – Qual o balanço que você faz da parceria entre a FBB e a ASA?

Éder -
 Eu posso dizer que essa parceria com a ASA é uma das parcerias mais bem-sucedidas para o processo de disseminação da tecnologia social. A gente percebe como a ASA conseguiu se organizar nesses mais de 10 anos de disseminação dessa tecnologia [das cisternas], como cresceu, e para nós foi bastante interessante perceber o processo de gestão combinado com a defesa do modelo da tecnologia social, e como que esses dois pilares são muito interessantes na ASA. Ao mesmo tempo, um processo de democracia viva, da participação, do nível de organização das entidades, é muito interessante esse processo.  E essa relação da Fundação, com o desafio de realizar 60 mil cisternas tem sido, em parceria com a ASA, uma experiência vitoriosa porque nós conseguimos viabilizar nossa meta em dezembro[referindo-se a construção de 30 mil cisternas], o que foi um sucesso muito grande. E é bastante interessante a gente dizer também que há uma comparação entre o trabalho que a ASA está fazendo com a Fundação e os próprios projetos contratados via ministérios e estados. E o que a gente tem recebido do próprio Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do governo, uma expectativa muito positiva em relação a essa parceria Fundação –ASA porque nós demos um resultado muito interessante, em dezembro, com as 30 mil cisternas em comparação com os outros vários processos. A gente percebe que os outros estão atrasados e nós conseguimos dar conta desse resultado. E, agora, nós temos o desafio de finalizar junho com 60 mil cisternas e, eu estou acreditando, por todo esse processo que vem acontecendo, que a gente vai conseguir. Eu acredito que esse é um sucesso da Fundação Banco do Brasil, da ASA e da Tecnologia Social Cisterna de Placa. Eu acho que vamos fechar com chave de ouro, mostrando exatamente isso: que tem eficiência, qualidade, tem capacidade de levar desenvolvimento sustentável, gera emprego, gera renda e muda, com qualidade, a vida das pessoas. 

Asacom - Quais os principais aprendizados dessa parceria?

Éder -
 Nessa parceria com a ASA, nessa questão da gestão, a Fundação tem aprendido muito. O sistema que a ASA tem de monitoramento de gestão das cisternas, inclusive, foi inspirador para a Fundação mudar seu próprio sistema de monitoramento dos projetos. A gente está mudando a nossa perspectiva de atuação, de monitoramento e de gestão dos projetos. Agora mesmo mudamos a estrutura da Fundação. Criamos uma área e o desafio dessa área é construir uma nova forma, inspirada no processo que a ASA trabalha. Também, a partir dessa experiência, temos levado e colocado nos próprios financiamentos para os outros grandes projetos estruturadores da Fundação a exemplo do Cataforte 3. Um dos financiamentos que está colocado é criar um sistema de monitoramento e informações espelhado no que a ASA tem para os catadores, para o  Terra Forte, que é o programa de agroindustrialização em assentamentos, também pensando nisso para a agroecologia, para a questão das casas, ou seja, a ASA nos ensinou bastante nessa perspectiva de gestão e monitoramento.

Asacom - Há perspectiva de continuidade e/ou ampliação da parceria?

Éder -
 Com certeza. Nós já estamos em discussão com oito estados e a gente imagina que a Bahia também deva entrar, no Programa Nacional de Habitação Rural que é o PNHR, uma parceria entre a Fundação, a ASA e o Banco do Brasil, que é uma perspectiva bastante interessante de continuidade da parceria. Também tem uma proposta que está sendo discutida no governo, de ampliarmos a quantidade de cisternas de placa. Há uma grande probabilidade nesse sentido. Por outro lado, também já estamos com uma carta consulta no BNDS [Banco Nacional de Desenvolvimento] pra trabalhar com a ASA em relação à água de produção. E Tem um tema que a gente também acha que pode acontecer que é a questão do Terra Forte, naqueles lugares onde as entidades ligadas à ASA trabalham com assentamentos. Então, tem uma oportunidade aí colocada na agroindustrialização dos assentamentos rurais. A Fundação está construindo ainda uma proposta de atuação de agroecologia e aí há também oportunidade de ampliar e fortalecer a parceria Fundação- ASA. São muitas perspectivas e eu acho que esse projeto, pelo sucesso dele, pela capacidade e pelas respostas, tudo se coloca como positivo e propício para construir, ampliar e fortalecer a parceria. 

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