"A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar."

Dom Hélder Câmaraâmara

terça-feira, 29 de outubro de 2013

NOTA A SOCIEDADE E A IMPRENSA



O Quilombo Marobá dos Teixeira, localizada no município de Almenara no Vale do Jequitinhonha/MG vem lutando pelo direito à terra e território, que ao longos dos anos vem sendo negado, gerando várias consequências, entre elas a violência física e simbólica advindas da latifundiária que se diz dona das terras. Atualmente a comunidade Marobá dos Teixeira luta legalmente pelo processo de regularização fundiária do território. Com o andamento do processo de reconhecimento, conclusão do Laudo Antropológico e a delimitação do Território animaram as famílias que coletivamente reforçou a luta e aumentou a produção agroecológica, tanto para subsistência quanto para comercialização na feira local e institucional entrega da alimentação escolar (PNAE- Programa Nacional de Alimentação Escolar). Além disso, a comunidade possui um rebanho coletivo de gado.
 A luta da comunidade Marobá dos Teixeira pelo reconhecimento, demarcação e a titulação da propriedade definitiva das terras ocupadas é legitimado pelo Art. 68 da Constituição Federal de 1988 e estabelecido no Decreto 4.887 de 20/11/2003. Mas isto não tem impedido os conflitos e o direito ao acesso e desfrute do território dos ancestrais que está em constante conflito com a representante da que se diz proprietária da Fazenda Marobá. Recentemente houve noticias que parte do território foi vendido e o suposto comprador mandou cercar e arar as terras e vem impedindo as famílias da comunidade acima citada e também do Quilombo Marobá e do Acampamento 16 de Abril de usarem o mesmo território para pastagem coletiva do gado como de costume. De fato a cerca está sendo construída e as terras estão sendo aradas. Inclusive com ameaças de passar o trator e destruir as casas e as benfeitorias das famílias. As comunidades que já sofrera ameaças de que o gado seria retirado, buscou auxílio da polícia, a qual compareceu à comunidade no dia 25/10/2013, tranquilizando e informando que já tinha orientado a representante da proprietária para não retirar o gado sem ordem judicial.
Mas as ameaças não cessaram e no dia 26/10, o gado das famílias ficou preso por vaqueiros alheios à comunidade que impediam a saída do gado do curral, deixando os animais o dia inteiro sem comer nem beber. Posteriormente, já de tarde soltaram o gado na BR, causando transtorno no trânsito com grave risco de acidente. Inclusive uma das vacas pariu na estrada. Ficou evidente que tudo foi pensado e organizado anteriormente. Pois, na ocasião a Senhora Maria do Rosário e outras pessoas não identificadas com carros diversos, transitavam pela região dirigindo-se às pessoas da comunidade com ações verbais e gestuais de violência simbólica e discriminação racial e social.
Além de notificar os fatos ocorridos e chamar para a solidariedade com as comunidades ameaçadas, estamos reivindicando aos órgãos competentes, que tome as devidas providencias com urgência diante da gravidade dos fatos.



 Contatos para informações:
(33) 88467323 ou 99456854 – Luziete
(33) 88759622 – Rosa.

 Almenara-MG 27/10/2013.

Comissão Pastoral da Terra/MG.

Um comentário:

  1. O tempo passa mas os coronéis e capitães do mato continuam a nos assombrar.

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