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Foto: Geovane Rocha |
Sabemos que a luta que travamos
pelos direitos negados a classe trabalhadora não é uma tarefa fácil. E a luta
não é diferente quando chega ao campo, com foco na terra e reforma agrária. O povo
do Baixo Jequitinhonha tem sentindo na pele os desafios desta luta em pró as
condições dignas para sobrevivência, e a cidade de Jordânia se mostrou como um
exemplo de força e resistência contra quem historicamente vem nos negando os
direitos básicos de vida. No dia 18 de fevereiro presenciamos uma ação
truculenta e autoritária da Policia Militar no acampamento Vida Nova em
Jordânia, onde foram presos indevidamente dois trabalhadores rurais, Sr. Durval
e José Martins. Diante de tal arbitrariedade, as organizações e os movimentos
sociais de todo Baixo Jequitinhonha se mobilizaram no dia 21/março e foram as
ruas de Jacinto, comarca de Jordânia, denunciar a ação da polícia e acompanhar
a audiência pública do caso.
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Foto: Geovane Rocha |
Foto: Geovane RochaEsta ação foi denunciada pelo
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jordânia, que relatou que no dia 18 de
fevereiro chegaram no acampamento Vida Nova um oficial de justiça da comarca de
Jacinto, conhecido como Jerônimo, juntamente com alguns Policiais Militares de
Jordânia. Nesta ação estavam presentes o Sargento Ramos e mais três soldados,
que foram até a roça do acampamento Gilson de Oliveira Souza, dizendo que iriam
despejar os assentados. Sem mandato judicial ou qualquer outro tipo de
documentação legal, chegaram ao acampamento alegando que iriam executar a “reintegração
de posse da terra”. Os agricultores Sr. Durval e José Martins ao questionarem a
ação, foram algemados e presos com a alegação de terem “se apresentado em tom
alto e estariam atrapalhando o despejo”, segundo boletim de ocorrência número
M2244-2014 – 0000098 de 19 de fevereiro de 2014. Os trabalhadores foram levados
para a delegacia e liberados somente no outro dia, sem ter tido oportunidade de
darem nenhum depoimento.
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Foto: Geovane Rocha |
Diante desta absurda ação, as
organizações e movimentos de luta do Baixo Jequitinhonha saíram as ruas de
Jacinto para denunciar tal ação e acompanhar a audiência pública com os 02
trabalhadores. Esta marcha saiu do centro da cidade até o Fórum da cidade, com
a presença de representantes de Sindicatos de Trabalhadores Rurais de toda
região, representantes de alguns dos assentamentos do MST sindicais, representantes
dos Direitos Humanos, nós da Cáritas, a Comissão Pastoral da Terra e outros
representantes de organizações sociais. Ao final do ato, que durou até o fim da
audiência pública, conseguimos denunciar a arbitrariedade ocorrida no local,
além de pressionar e conquistar que a ação registrada contra os trabalhadores
fosse arquivada.
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Foto: Geovane Rocha |
Esta vitória ainda é pouco. Porém
representa uma conquista significativa para todos trabalhadores e trabalhadoras
do Baixo Jequitinhonha. Mostra que não estamos parados, não estamos inertes
frente a qualquer covardia cometida contra qualquer trabalhador/a. Estamos
unidos/as, que estaremos sempre em luta quando mexerem com qualquer um de nós.
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