"A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar."

Dom Hélder Câmaraâmara

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Seminário Regional denuncia o Uso de Agrotóxicos e anuncia a Agroecologia como solução



 Por Erikson Jardim - Cáritas Diocesana Baixo Jequitinhonha
Realizado no dia 05 de junho (quinta-feira), na cidade de Araçuaí, o Seminário “Contra os Agrotóxicos e Pela Vida: Construindo Alternativas Agroecológicas no Vale do Jequitinhonha”. Organizado pelo Comitê Regional do Vale do Jequitinhonha da Campanha Permanente Contra o Uso de Agrotóxicos e Pela Vida, o seminário teve como objetivo denunciar o uso intensivo de veneno, as monoculturas e o avanço do agronegócio na região, apresentando e construindo alternativas agroecológicas no Vale do Jequitinhonha e reuniu cerca de 150 participantes dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
O Brasil é hexacampeão mundial no consumo dos agrotóxicos, sendo o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo. Se pegarmos a quantidade de agrotóxicos que é comercializada e dividirmos pela população brasileira, temos que cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano.
Segundo Eliane Novato Silva, Profª Departamento de Bioquímica e Imunologia ICB/UFMG e Coordenadora do Grupo de Estudo Saúde e Trabalho Rural (GESTRA), “a monocultura da soja é a que mais utiliza agrotóxicos, contrariando o mito de que os transgênicos diminuiriam o uso de agrotóxicos, são 350.000 (trezentos e cinquenta mil) litros de agrotóxicos por ano, no milho são utilizados 100.000 (cem mil) litros de agrotóxicos por ano”.
Ainda segundo a Professora “a utilização/aplicação de agrotóxicos e o consumo de alimentos contaminados com venenos prejudicam a saúde da população e o meio ambiente. Os agrotóxicos (organoclorados) tem influência direta no sistema hormonal, causando a puberdade precoce, tem-se observado também uma maior incidência de câncer na zona rural, indicando que a utilização dos agrotóxicos continua”. E finalizou “agrotóxicos não é remédio é veneno”.
O Seu Adão, agricultor, morador do Assentamento Campo Novo em Jequitinhonha, compartilhou sua experiência de transição agroecológica, relatando a importância dos agricultores e agricultoras sempre aprender mais, participando de cursos e intercâmbios e deu uma dica importante! “A casca de ovo seca e moída é um adubo muito rico quando coloca junto com o esterco, as plantas ficam muito mais bonitas e vistosas”, essa experiência fez sucesso entre os presentes.
Maria Eliza Cota, membro do Comitê Regional Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, salienta a importância do Seminário para “aumentar a visibilidade do tema aqui na região, bem como aumentar a aproximação de entidades, agricultores e consumidores na organização da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, somando forças com o Comitê Regional e ampliando o alcance das nossas ações”.
Na parte da tarde, os participantes do Seminário realizaram uma linda passeata pelas ruas de Araçuaí, promovendo o diálogo com a população local e denunciando as práticas agrícolas utilizadas pelo Agronegócio, que envenena nossas águas, degrada nossas terras, promove a monocultura, o trabalho escravo e o deserto verde. Realizando o anúncio das práticas agroecológicas que respeitam a natureza, plantas, animais e o bem viver do ser humano incluindo sua saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário