Por Erikson Jardim - Cáritas Diocesana Baixo Jequitinhonha
Realizado no dia 05 de junho
(quinta-feira), na cidade de Araçuaí, o Seminário “Contra os Agrotóxicos e Pela
Vida: Construindo Alternativas Agroecológicas no Vale do Jequitinhonha”.
Organizado pelo Comitê Regional do Vale do Jequitinhonha da Campanha Permanente
Contra o Uso de Agrotóxicos e Pela Vida, o seminário teve como objetivo
denunciar o uso intensivo de veneno, as monoculturas e o avanço do agronegócio
na região, apresentando e construindo alternativas agroecológicas no Vale do
Jequitinhonha e reuniu cerca de 150 participantes dos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri.
O Brasil é hexacampeão mundial no
consumo dos agrotóxicos, sendo o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo. Se
pegarmos a quantidade de agrotóxicos que é comercializada e dividirmos pela
população brasileira, temos que cada brasileiro consome em média 5,2 litros de
agrotóxicos por ano.
Segundo Eliane Novato Silva,
Profª Departamento de Bioquímica e Imunologia ICB/UFMG e Coordenadora do Grupo
de Estudo Saúde e Trabalho Rural (GESTRA), “a monocultura da soja é a que mais
utiliza agrotóxicos, contrariando o mito de que os transgênicos diminuiriam o
uso de agrotóxicos, são 350.000 (trezentos e cinquenta mil) litros de
agrotóxicos por ano, no milho são utilizados 100.000 (cem mil) litros de
agrotóxicos por ano”.
Ainda segundo a Professora “a
utilização/aplicação de agrotóxicos e o consumo de alimentos contaminados com
venenos prejudicam a saúde da população e o meio ambiente. Os agrotóxicos
(organoclorados) tem influência direta no sistema hormonal, causando a
puberdade precoce, tem-se observado também uma maior incidência de câncer na
zona rural, indicando que a utilização dos agrotóxicos continua”. E finalizou
“agrotóxicos não é remédio é veneno”.
O Seu Adão, agricultor, morador
do Assentamento Campo Novo em Jequitinhonha, compartilhou sua experiência de
transição agroecológica, relatando a importância dos agricultores e
agricultoras sempre aprender mais, participando de cursos e intercâmbios e deu
uma dica importante! “A casca de ovo seca e moída é um adubo muito rico quando
coloca junto com o esterco, as plantas ficam muito mais bonitas e vistosas”,
essa experiência fez sucesso entre os presentes.
Maria Eliza Cota, membro do
Comitê Regional Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, salienta a importância do
Seminário para “aumentar a visibilidade do tema aqui na região, bem como aumentar
a aproximação de entidades, agricultores e consumidores na organização da
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, somando forças com o
Comitê Regional e ampliando o alcance das nossas ações”.
Na parte da tarde, os participantes
do Seminário realizaram uma linda passeata pelas ruas de Araçuaí, promovendo o
diálogo com a população local e denunciando as práticas agrícolas utilizadas
pelo Agronegócio, que envenena nossas águas, degrada nossas terras, promove a
monocultura, o trabalho escravo e o deserto verde. Realizando o anúncio das
práticas agroecológicas que respeitam a natureza, plantas, animais e o bem
viver do ser humano incluindo sua saúde.
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